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Escrituras.

 

Aqui terá poemas, letras de música, contos, crônicas e muito mais.

Mais ou Menos

 

Eu acordo

Ta nublado

Com sono

E olho cansado

 

Levanto

Enjoada

Triste

Desanimada

 

Eu ando

Dolorida

Dor no peito

A dor da vida

 

No escuro

Eu me sento

Aquele dia mais ou menos

Aquele dia mais pra menos.

 

- Clara Romeiro

 

Como vai a vida sem meus beijos?

Eu luto, luto

como o homem que se afoga

luta para encontrar ar

e se me afogo, é destino

Mas sob a terra meus pés firmes estão

e minha mão, já sem prática

escreve sem já saber o caminho

 

Como vai o céu azul sem meus abraços?

eu sei que o apego dói

e que triste seria se em todos os sorrisos, 

você enxergasse apenas o meu.

Quero que tu voe em paz

sem os nós e as cordas que ligadas a mim,

te prendiam

 

Como vai o novo corpo que tua janela agora ilumina? 

te assistir, ali, parado

me daria uma rasteira de quebrar as pernas.

Debruçar na sacada 

é lembrar

dos quatro cantos do teu cômodo

dos quatro cantos que o sol tocava

enquanto palavras flutuavam no espaço

 

O teu choro me fez querer preencher teu quarto mais uma vez.

 

O universo também age sobre vocês?

no dia em que o céu pincelou o chão

como nossos corpos pincelaram teu lençol,

eu tinha

o teu ser desnudo em minhas mãos. 

A paz chegou porque regresso,

eu não saio de ti quando parto;

mas às vezes me perco

no tormento

que passou entre nós dois

 

E do vosso amor com ela, nasce algo?

 vou, 

mas deixo a terra semeada;

e do que deixei

florescerá

e tu saberás como colher.

Porque ninguém

explorou minhas terras

como teus pés exploraram

minhas ilhas de mel.

 

E o que resta além da água em meus pulmões? 

água que provém das margens; 

tuas doces margens

das tuas doces ilhas

de mel.

doce

doce

doce era,

e era nosso. 

mas da nova era

parte não faço. 

 

Escrevo para lembrar o que não ficou para trás:

nós.

- Mariana Álvares

 

Luto

 

Do lado de um cadáver

Havia um ser humano

Que pensava em rezar

Mas só queria chorar

Mas chorar é tão comum

 

Do lado de uma ponte

Havia uma rocha

A rocha falou "eu te amo"

E a água respondeu "tudo bem" 

Chorar é tão comum

 

Nenhum rio será um oceano

Passa dia e passa mais um ano

Não é verdade que errar é tão humano?

Mas a sua liberdade está se esgotando(x2)

 

Pássaros presos

Pessoas e policias

Todos estão com medo

Medo de que tenha mais

Talvez Deus não nos ajude

Talvez Deus nos procure

Mas enquanto isso

Enquanto isso...

 

Do lado de um cadáver

Havia um ser humano

Que pensava em rezar

Mas só queria chorar

Mas chorar é tão comum

 

- Isaac Cabral

O som do ar

Que vem do mar

Acalma a alma

Inibe as dores

 

O som das folhas

Do Outono

Caindo

Secas e sem vida

Trazem de volta

As dores que o ar levou

 

Brisa da manhã fria

Do Inverno

Me acalma

A branca neve

Esfria meu ser

 

Sol do Verão

Faz minhas lágrimas

Parecerem suor

E me deixa aqui

Enchendo o mar

Com minhas emoções

 

Flores novas

Da Primavera

Junto com o ar

Me acalmem

Para que eu possa

Descansar

Em paz.

 

- Guilherme Luna

Ei, senta aqui

Ei, senta aqui, me conta sobre o seu dia, se foi bom ou não.

Ei, senta aqui, divide essa xícara de café comigo.
Ei, senta aqui, faz um cafuné em mim, aquele que você passa seus dedos bem devagar no meu cabelo, fazendo eu me esquecer de que o mundo existe.
Ei, senta aqui, olha pra mim, joga aquele sorriso que só você tem, que pega de canto da boca e você sabe que me conquista.
Ei, senta aqui, não precisa de conversa, porque o nosso silêncio já diz o que nossas almas querem.
Ei, senta aqui, deixa sua boca encontrar a minha, os lábios se cruzarem sem pressa alguma.
Ei, senta aqui, posso falar no seu ouvido, que tenho o mundo bem na minha frente?
Ei, senta aqui, ou se preferir, senta no meu colo, pra eu te envolver nos meus braços.
Ei, senta aqui, e canta o refrão daquela música que você sabe que é nossa.
Ei, senta aqui, não precisa de promessas e juras de amor, só preciso que fique, enquanto temos um ao outro.
Ei, senta aqui, e deixa minha mão dançar sobre seu corpo.
Ei, senta aqui, me deixa acariciar seu rosto, enquanto me apaixono pelo seus olhos.
Ei, senta aqui, quero seu corpo junto ao meu.
Ei, senta aqui, pode vim com os trajes que quiser, porque você sabe que não ficará com eles por muito tempo.
Ei, senta aqui, ou senta ali, você já sabe que onde você estiver, eu irei atrás.
Ei, senta aqui, mas antes, eu preciso apagar a luz.

 

-Fábio Macarini

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